De acordo com a empresa britânica de pesquisas Schofields Insurance, o uso dos smartphones tem transformado a forma de fazer turismo mundo afora. O Instagram especificamente tem sido a rede social que mais se destaca neste cenário, somente no mês de janeiro, cerca de 10 milhões de fotos publicadas na rede social eram referentes a viagens.
De acordo com a pesquisa, cerca de 40% das pessoas em idade adulta que estão entre 18 e 33 anos definem o próximo destino pela potencial popularidade na rede social, ou seja, aquele destino que mais pode chocar ou chamar a atenção em fotos publicadas no Instagram. A pesquisa foi realizada com mil britânicos.
Esse fenômeno tem sido chamado de “Instagrammable tourism”, uma tendência que valoriza não apenas a beleza dos lugares, mas também o quanto eles rendem registros fotográficos capazes de gerar engajamento online. Muitos destinos passaram a investir em pontos estratégicos para fotos — como murais coloridos, miradouros com molduras decorativas e estruturas cenográficas — a fim de atrair esse público que busca, além da experiência presencial, a validação social nas redes. Restaurantes, hotéis e até companhias aéreas também ajustam sua comunicação para oferecer cenários “fotogênicos” que dialoguem diretamente com a estética digital.
Além disso, a pesquisa levanta debates sobre como a busca por destinos “instagramáveis” pode mudar a relação do viajante com o turismo. Ao mesmo tempo em que a visibilidade favorece o desenvolvimento econômico local, também pode gerar impactos como a superlotação de lugares, o turismo de massa em áreas frágeis e até a superficialidade da experiência, quando o foco se torna apenas a foto perfeita. Dessa forma, especialistas apontam a necessidade de equilibrar o desejo por registros visuais com a valorização cultural, histórica e ambiental de cada destino.
texto: adriano paiola